MEMÓRIA INDÍGENA
ACERVO DOCUMENTAL DA ANTIFA PASTORAL INDIGENISTA DA ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA
O Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza é uma organização não governamental, vinculada a Arquidiocese de Fortaleza, fundada em 1982 para atuar na promoção dos direitos humanos de públicos e populações em situação de vulnerabilidade no estado do Ceará.
O acervo documental da antiga Pastoral Indigenista foi formado a partir do trabalho de colaboração, assessoria e acompanhamento das mobilizações de diversos grupos sociais que se organizavam em busca da conquista de direitos no estado do Ceará, a partir da década de 1980.
Em 1994, com a separação do CDPDH da Cáritas Arquidiocesana, a Pastoral Indigenista foi incorporada à entidade, transformada na equipe da Temática Indigenista.Continuaram as atividades da Pastoral, através da assessoria jurídica e do acompanhamento dos processos judiciais de demarcação das terras, reuniões com lideranças, formação política, realização de eventos e apoio ao fortalecimento dos processos de organização comunitária dos povos indígenas.O coniunto de documentos acumulados em mais de trinta anos de atuação junto à sociedade civil contém uma diversidade de registros produzidos por sujeitos coletivos que constituíram redes de ação e apoio mútuo, em um momento fundamental de mobilização popular no contexto da redemocratização brasileira.
Herança Pastoral Indigenista
O acervo do CDPDH, que herdou o material da Pastoral Indigenista, foi formado durante esse processo, testemunhando um importante momento na história das lutas sociais no Ceará.Diante da relevância do acervo para a história indigena do Ceará contemporâneo, da necessidade de sua salvaguarda e do desejo de tomá-lo acessível ao público foi elaborado o projeto Tratamento Técnico e Digitalização do Acervo Documental da antiga Pastoral Indigenista da Arquidiocese de Fortaleza. Realizado pelo Núcleo de Estudos sobre Memória e Conflitos Territoriais (COMTER), grupo de ensino, pesquisa e extensão vinculado ao Departamento de História da Universidade Federal do Ceará(UFC), em parceria com o Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza (CDPDH) e intermediados pelos esforços dos integrantes do Projeto Historiando, realizou-se o tratamento técnico (identificação/arrolamento, higienização, acondicionamento e armazenamento) e digitalização do acervo documental da Pastoral indigenista da Arquidiocese de Fortaleza.
O referido acervo é composto de mais de 30 mil documentos, dentre estes, recortes de jornais, cartas, mapas, folders, cartazes, fotografias, documentação contábil e administrativo-financeira, ofícios, atas de reunião, panfletos, gravações em áudio e vídeo (VHS e cassete), relatórios, cadernos, livros e etc, que agora integram o Núcleo de Documentação Histórico-Cultural/NUDOC, vinculado ao Departamento de História da instituição e que possui condições adequadas para armazenamento disponibilização para todos os interessados.
O acervo do CDPDH é registro da luta e resistência dos povos indígenas e é de grande interesse histórico e acadêmico. Por essa razão, foi estabelecida uma parceria com o Armazém Memória, um dos maiores acervos indigenistas do Brasil, visando possibilitar o acesso de pesquisadores, de indígenas e de interessados na luta dos povos do Ceará, além de ser um importante instrumento de educação para os direitos humanos. Dessa forma, através de uma plataforma moderna de busca se tornará muito mais prático pesquisar e se aprofundar nesse rico acervo, além de estar integrado a outros importantes registros dos povos indígenas do Brasil.
O Centro de Documentação e Memória Indígena Cardeal Dom Aluísio Lorscheider, Arcebispo de Fortaleza de 1973 a 1995 é importante apoiador da luta indígena no Ceará, que junto ao Acervo do Armazém Memória será um instrumento a favor da luta pelos direitos humanos no Brasil e um registro da luta coletiva e resistência dos povos indigenas.