É com pesar que comunicamos a passagem de Raimundo Carlos da Silva, o Pajé Barbosa Pitaguary, guardião da memória, mestre da cultura e referência de força, luta e espiritualidade para todos os povos originários do Estado do Ceará.
Em sua trajetória de vida dedicada à luta e a espiritualidade, Barbosa nos inspira na construção de um movimento indígena calcado na defesa da vida e da biodiversidade. Ele sempre nos lembrava da espiritualidade presente no canto dos pássaros, no som das raposas e aos seus pés sempre estavam os animais, que com calma e apego deitavam enquanto ele cantava e evocava a presença dos encantados e espíritos da mata.
Pajé Barbosa lutava diariamente contra o preconceito, gritava com a expressão de sua vida o direito de existir dos povos indígenas e sobretudo recordava com muito carinho e amor a história daqueles que o antecederam. Hoje ele se junta aos encantados de seu povo e se torna mais uma fonte de inspiração de um homem que com sua alegria e espontaneidade se tornou referência para todos os povos indígenas do Ceará.
Nossa solidariedade a sua esposa Dona Liduina e aos filhos Alex, Nádia e Francilene e a todo o povo Pitaguary. Pajé Barbosa se encontrará com seu parceiro de luta, o Cacique Daniel e juntos permanecerão fortalecendo e intercedendo por todo os povos do Ceará, na luta e na construção de um mundo sem males, em que se respeita e sobretudo se viva unido à mãe terra.
Nosso Pajé, é semente plantada no chão da luta e que nos ajudará a continuar, pois essa luta pertence aos que foram, aos que ficam e aos que virão. Avançaremos e continuaremos a recordar o legado do grande Pajé Barbosa Pitaguary.
Um solidário abraço da diretoria e de toda equipe do Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza.
Pajé encantou-se, mas vive em nossa mente e em nosso coração.
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